quarta-feira, janeiro 24, 2007

Semiótica das Representações Visuais

Reflexão sobre: O signo segundo Peirce


Recordo a Professora Alda Pereira, do Departamento de Ciências da Educação, da UA, (no seu artigo sobre OS ELEMENTOS FUNDADORES DO SIGNO VISUAL), citando Peirce:

De cada vez que pensamos tornamos consciente um sentimento,
uma imagem, uma concepção ou qualquer representação que
serve de signo


Deste modo, podemos inferir que Peirce admite que o signo se impõe ao pensamento consciente, logo que é reconhecido.
O filósofo americano Peirce foi (com o suíço Saussure, noutra perspectiva) um dos fundadores da Semiótica, que considera a comunicação como génese de significação – processo dinâmico, resultante da interacção entre signo, interpretante e objecto.
Peirce dá realce ao papel dos hábitos na comunicação e na significação.

De modo geral, na linguagem corrente, pode-se atribuir à palavra signo, no nosso léxico, definições cheias de diferentes tonalidades, consoante os contextos.

Peirce, na sua perspectiva semiótica, deu uma grande importância ao signo: analisou o tema, epistemologicamente, estruturou-o, delineou uma teoria, atribuiu definições e criou palavras, que classificou detalhadamente.
Peirce distinguiu três tipos de signos: Ícone, Índice e Simbolo.


Ícone que tem semelhança com o objecto (na forma, na cor…) ou é a sua representação figurada. (O seu significado baseia-se na semelhança).

Ex.: o mapa de Portugal; o retrato do meu cão.
Índice que está ligado directamente ao objecto, mas não tem semelhança significante com esse objecto. (O seu significado baseia-se numa associação impulsiva).
Ex.: o cheiro do fumo de uma torrada indicia que ela esturricou; as pegadas humanas revelam que por ali passou alguém.
Símbolo que é conectado com o objecto porque foi decretado representar aquilo que representa; (O seu significado baseia-se numa associação mental por convenção, costume ou lei).

Ex.: A determinação de proibir de estacionar, em determinado lugar, apresentada por um sinal de trânsito imposto pelo Código de Estrada; a pomba como símbol
o da paz.
Peirce, baseado no carácter de similitude dos ícones, subdividiu-os em:

Imagens
Ex.: Fotografia, estátua, pintura...

Diagramas

Ex.: Equação algébrica; a representação da disposição das folhas numa haste de uma planta...


Metáforas
Ex.: O inverno da vida; as pérolas do orvalho...