Ilusões de Óptica

Mestrado em Comunicação Educacional Multimédia
Jean Pierre Meunier considerou não ser fácil escolher a melhor metodologia a seguir nestes estudos, devido aos diferentes aspectos de que a semiótica cognitiva está imbuída: filosóficos, epistemológicos e metodológicos dos modelos subjacentes a todas as ciências cognitivas e devido ainda à necessidade que advém da progressiva evolução das ciências da comunicação, da preocupação em desenvolver o estudo das diferentes categorias de signos, de mensagens, de conceitos e de métodos que já tinham sido adoptados na linguística e noutras áreas. Dado o carácter geral da semiótica cognitiva, que começa a distinguir-se a partir destes considerandos, dever-se-á explorar a complexidade das relações entre:
– as representações mentais e as operações de inferência efectuadas sobre essas representações;
– os sistemas semióticos e as tecnologias que lhes servem de suporte;
– os diferentes tipos de mediação social;
dada a sua importância, principalmente do ponto de vista da apropriação social do saber.
(Jean Pierre Meunier na Comunicação que apresentou no I Congresso da SOPCOM: As Ciências da Comunicação na Viragem do Século).
A Imagem nas suas Múltiplas Manifestações:
Como diz José Carlos Abrantes, na sua Comunicação – Breves Contributos para uma Ecologia da Imagem:
– A imagem “mexe “ com o universo pessoal e social
– Contribui fortemente para a vida económica das sociedades modernas
– É objecto de estudo e de construção teórica
– Congrega mas divide as famílias
– Ajuda e perturba os professores
– Fascina alguns artistas mas decepciona outros
Assim, as imagens podem sugerir, outras manifestações:
Entretenimento
O que nós vemos das coisas são coisas.
Porque veríamos nós uma coisa se houvesse outra?
Porque é que ver e ouvir seria iludirmo-nos
Se ver e ouvir são ver e ouvir?
O essencial é saber ver,
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê,
E nem pensar quando se vê,
Nem ver quando se pensa.
Mas isso (triste de nós que trazemos a alma vestida!),
Isso exige um estudo profundo,
Uma aprendizagem de desaprender
E uma sequestração na liberdade daquele convento
De que os poetas dizem que as estrelas são as freiras eternas
E as flores as penitentes convictas de um só dia,
Mas onde afinal as estrelas não são senão estrelas
Nem as flores senão flores,
Sendo por isso que lhes chamamos estrelas e flores.
Poema de Alberto Caeiro, um dos heterónimos de Fernando Pessoa
Salto para a cor, que o Grupo µ, diz ser a última das componentes do signo plástico e que, isolada é um modelo teórico. A cor que só tem existência empírica quando associada ao signo plástico, à forma e à textura.
Recapitulando as ideias mestras: o signo plástico integra a forma, a cor e a textura, que interagem com a nossa forma de ver.
O Grupo µ, ao falar da oposição cor/forma, cita Suares (1946) “ a cor é o signo da vida; a linha é o signo do estilo (…) e passar da linha à cor, é como passar da matéria ao espírito (…)” e, a propósito ainda desta oposição cor/forma, cita Arnheim (1976) para dizer que a forma é um meio de comunicação mais eficaz do que a cor; que a estrutura provoca a actividade cerebral mais racional e que a cor, superior à forma, é veiculo de expressão. Afecta os espíritos receptivos e passivos. Assim é que o azul nos lembra o mar ou o céu; o verde nos recorda as plantas e as copas das árvores em cada primavera, o amarelo nos sugere a areia do deserto ou à luz do Sol. Também associamos as cores às sensações de frio, de cor, e outras…
Tudo o que faço ou medito
Fica sempre pela metade.
Querendo, quero o infinito.
Fazendo, nada é verdade.
...Fernando Pessoa
Ícone que tem semelhança com o objecto (na forma, na cor…) ou é a sua representação figurada. (O seu significado baseia-se na semelhança).
Diagramas
Ex.: Equação algébrica; a representação da disposição das folhas numa haste de uma planta...