sexta-feira, março 30, 2007

Teoria dos Modelos mentais


Conhecimento / Imagem

Jean Pierre Meunier refere que, numa definição simplista, conhecer qualquer coisa é poder fazer a representação disso mesmo e é poder jogar com essa representação para dela tirar informações.


Dois aspectos da percepção das imagens

Na reflexão sobre a imagem e a palavra, como caminhos para a reflexão e para o conhecimento, a imagem é mais rapidamente identificável do que uma palavra, porque é mais imediata do que a palavra que nos leva mais à reflexão; pode ter diversas leituras (polissemia), sendo as palavras mais limitadas.

O domínio das representações mentais foi pouco estudado pelos semiólogos e mais pelos psicólogos, mas novas concepções têm vindo a dar relevo á representação mental.
Na psicologia cognitiva são estudadas as representações proposicionais, os proposicionalistas, reduzem as imagens a representações proposicionais; outros estudiosos, os imagistas, não aceitam esta teoria.
Johnson-Laird (1983) propõem ainda outra teoria para a questão imagens/proposições e chama-lhe modelos mentais.

Segundo Laird:
- Imagens são representações que têm aspectos perceptivos de determinados objectos ou acontecimentos, analisados de um determinado ponto de vista, com características próprias desses mesmos objectos ou acontecimentos;
- Modelos mentais são representações analógicas, mais ou menos abstraídas, de conceitos, de objectos ou de acontecimentos;
- Proposições são representações de significados, completamente abstraídas, e que podem ser verbalmente expressas.
A teoria dos modelos mentais de Jonhson-Laird permite avançar no reconhecimento do carácter essencial da imagem.
Para Langaker o conceito de imagem é necessário para nos apercebermos de que as diferentes expressões linguísticas nos dão pontos de vista diferentes da mesma situação objectiva. Uma palavra é a comunicação de um modelo mental com carácter icónico e a linguagem léxica e gramatical é um conjunto de instrumentos ao serviço de uma composição analógica.
Assim, conhecer qualquer coisa, é ter dessa coisa uma representação icónica.